Primeiros reflexos na bancada

Um dia depois de o vice-presidente, Michel Temer, enviar carta à presidente Dilma enumerando, tim-tim por tim-tim, uma série de ressentimentos guardados, a indicação feita pelo íder do PMDB, Leonardo Picciani, para a comissão do impeachment não foi respeitada pela própria bancada. A movimentação para a composição da chapa alternativa, inclusive, partiu de peemedebistas dissidentes. O placar, para muitos deputados, indica que a ala do PMDB da base governista começa a minar. A oposição obteve 272 votos e o governo 199. Se oposicionistas não conseguiram os dois terços que precisariam para aprovar o impeachment, o governo só teve 28 votos a mais do que seria necessário para escapar, caso a votação fosse ontem. No desabafo de Temer, que vinha sendo tachado de conspirador, ele vai direto no tema Picciani: “Sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice”. Coincidência ou não, a bancada não respeitou orientação de Picciani ontem.

O encontro que Temer, presidente nacional do PMDB, teria com a presidente Dilma Rousseff ontem ficou para hoje

Volta por cima

A rivalidade entre Temer e Picciani ficou nítida na carta assinada pelo ex-presidente. No texto, Michel prossegue: “Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele (Picciani). E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, de São Paulo e a mim ligado”. Ontem, foi Picciani que levou rasteira de parte da bancada.

 

Insustentável - Leonardo Picciani era muito ligado a Cunha, antes de passar a defender o governo. É filho do presidente da Alerj, Jorge Picciani ligado, por sua vez, a Luiz Fernando Pezão. Ontem, Cunha já pregava, nas coxias, a destituição de Picciani.

 

Perdeu - Ainda na manhã de ontem, Picciani previa “uma repercussão forte dentro da bancada” após a carta de Temer. Afirmara que o vice “não queria o fortalecimento da bancada”.

 

Fonte :Por Renata Bezerra de Melo

Da Coluna Folha Política.