domingo, 27 de julho de 2025

Raquel Lyra faz do PSD vitrine de força e projeto político para 2026

 


Foto: Arquivo LeiaJá/Júlio Gomes


A governadora Raquel Lyra deixou claro que não trocou de partido apenas por conveniência. Desde que saiu do PSDB para ingressar no PSD, ela vem transformando a sigla em um instrumento estratégico para consolidar sua liderança em Pernambuco e se preparar para o desafio de 2026.


No último mês, a filiação do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, ao PSD foi mais do que um gesto simbólico. Durante o evento, Raquel convidou a vice-prefeita da cidade, Dayse Silva, filiada ao Republicanos, a seguir o mesmo caminho. Também fez acenos diretos a figuras com peso político: o secretário de Articulação Política, Anderson Luiz, e o deputado federal Fernando Monteiro, atualmente no Podemos.


O resultado é claro: o PSD passou a ser o partido com o maior número de prefeitos em Pernambuco, ultrapassando inclusive o antigo reduto de Raquel, o PSDB.


Kassab, PSD e a aposta em um protagonismo nacional

Segundo o cientista político Alex Ribeiro, essa estratégia de Raquel está longe de ser isolada. Ela se conecta diretamente com o projeto de fortalecimento nacional do PSD, comandado por Gilberto Kassab:“O PSD foi o maior vencedor das eleições de 2024. E Kassab tem habilidade para atrair quadros importantes, como fez com Raquel Lyra, que antes tinha trajetória pelo PSDB e PSB”, explica Ribeiro.


De acordo com ele, a governadora ocupa hoje uma posição estratégica porque combina base eleitoral robusta, liderança estadual consolidada e potencial de articulação regional algo raro na política pernambucana.


“O PSD vai disputar cargos de projeção nacional em 2026, seja presidente ou vice. Ter alguém como Raquel Lyra fortalece o partido no Nordeste, o que é vital para qualquer projeto que queira ser competitivo no Brasil inteiro”, avalia.


Base de prefeitos não basta: a busca por deputados e quadros estratégicos

A governadora já conta com apoio significativo entre prefeitos mas, como destaca Alex Ribeiro, sabe que isso não é suficiente para enfrentar uma eleição que deve ter adversários fortes, como o prefeito do Recife, João Campos (PSB). “Raquel precisa ampliar a base além do municipalismo, atraindo deputados, secretários e lideranças regionais para garantir musculatura política real”, explica.


Nesse sentido, trazer Fernando Monteiro, que tem mandato federal, e figuras próximas do Republicanos e do Podemos é uma jogada para expandir o raio de influência do PSD e, por tabela, da própria Raquel.“Ela não quer ser apenas mais uma governadora buscando reeleição. Está construindo um bloco político que coloca o PSD como protagonista em Pernambuco e faz dela uma liderança com voz nacional”, afirma o cientista político.


Projeto além do Palácio: Raquel como centro de gravidade político

Essa movimentação indica algo maior que um simples reforço de base: Raquel Lyra quer transformar o PSD numa vitrine de sua força política, usando a legenda como trampolim para reposicionar Pernambuco no tabuleiro nacional. “Ela já tem capital político, mas precisa organizar o entorno. E estar num partido robusto como o PSD ajuda a conter rachas internos e atrair quadros que querem crescer junto com o partido”, detalha Ribeiro.


Mesmo que o sucesso eleitoral em 2026 ainda dependa de fatores como economia, alianças e o desempenho da gestão, a estratégia de Raquel já a coloca como uma das peças-chave do PSD no Nordeste. E, segundo o cientista político, isso reforça tanto o seu projeto pessoal quanto o da legenda.“Ela transforma o partido numa plataforma de poder que não depende só do PSDB, atraindo prefeitos, deputados e até partidos inteiros para orbitarem ao redor do projeto dela.”


Entre o Recife e Brasília: cenário de disputa e projeção

No horizonte de Raquel Lyra está uma disputa direta com João Campos, que também trabalha para ampliar sua projeção. Nesse cenário, quem tiver maior capacidade de articulação, número de prefeitos, deputados e partidos aliados larga na frente.


Raquel aposta que o PSD será essa base ampla e articulada. Se vai dar certo, o eleitor dirá em 2026. Mas uma coisa já é clara: ela não pretende chegar lá como coadjuvante e sim como protagonista de um novo capítulo político em Pernambuco.



Fonte: LeiaJá.

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