sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Mais de 50 presos fugiram de penitenciária de Itamaracá, no Litoral Norte de Pernambuco

Apesar do reforço no policiamento e os bloqueios montados nos acessos à Ilha, o temor é pela invasão do comércio e residências
De acordo com dados da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), 53 presos fugiram da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife na noite da quarta-feira (20). A Seres informou que "foi encerrada na noite desta quinta-feira (21) a contagem dos 2024 reeducandos", quando se constatou o número de fugitivos.  Os nomes dos foragidos foram encaminhados aos órgãos policiais estaduais e federais, mas ainda não foram divulgados. Continuam os bloqueios nas saídas da Ilha com o intuito de recapturar os fugitivos e pessoas que agiram facilitando a fuga. A operação não tem prazo para chegar ao fim.

Entre os moradores e turistas, o clima é de medo e muitas incertezas. Apesar do reforço no policiamento e os bloqueios montados nos acessos à Ilha, o temor é pela invasão do comércio e residências. A promessa da Secretaria de Ressocialização é de investimentos na ordem de R$ 2 milhões para melhorias da estrutura na unidade. O saldo, bastante negativo, já aponta três fugas e explosões em apenas três meses.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, confirmou a construção de uma muralha externa para reforçar a segurança. A estrutura em concreto armado será erguida em um prazo de seis meses, contando com dois metros de altura e 15 centímetros de espessura. “A estrutura tem quase 50 anos e foi feita ainda com tijolos singelos, frágeis. É preciso uma mudança urgente”, avaliou.

Na visão do promotor Marcellus Ugiette, a lista de problemas na Barreto Campelo é bastante extensa. A unidade amarga um quadro de superlotação, com um quantitativo médio de 2,1 mil presos, amontoados em um espaço projetado originalmente para apenas 450. “O abandono do sistema prisional acaba vitimando a todos os cidadãos. A falsa ideia de que a construção do presídio de Itaquitinga conseguiria resolver as deficiências do sistema, acarretou na anulação de qualquer investimento em Itamaracá. A unidade não recebe aporte há décadas e já atingiu um quadro insustentável”, afirmou.
Medo instaurado
A professora Zoraia Alves, 46 anos, estava em um ônibus revistado pela polícia. Segundo ela, era evidente o medo entre todos os passageiros. “Acho que isso só acontece por descaso do Governo, já que não é a primeira fuga. Eles deviam olhar com mais carinho para a gente, já que tem um presídio de segurança máxima aqui”, opinou. A comerciante Bruna Fernandes, 31, também não escondeu o receio. “A gente vê passando viaturas e helicópteros e fica na tensão, porque não tem como saber se os fugitivos ainda tão por aqui”, disse.

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